Baía da Lusofonia
Artículo publicado y traducido al portugués por Joao P. Seixas el 26 de Junio de 2014
Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904
- 23.04.1992) quinta-feira, 26 de Junho de 2014
- 23.04.1992) quinta-feira, 26 de Junho de 2014
Guiné
Equatorial – Arqueologia na ilha de Corisco
Universidade dos EUA publica o rico passado arqueológico da ilha
de Corisco
LUIS NEGRO MARCO |
Dada a magnitude da descoberta, a American University of Florida
publicará brevemente em língua inglesa, um livro que terá como título
"Arqueologia do Capitalismo", assinado pelo arqueólogo espanhol
Alfredo González Ruibal, director das escavações de Corisco e será dedicado ao
"Património Arqueológico na Guiné Equatorial". O director acrescentou
à nossa revista, "A Gazeta da Guiné Equatorial", que a mesma
universidade publicará brevemente, um livro (também em Inglês), intitulado
"A Arqueologia do colonialismo espanhol na América, Filipinas, Marrocos e
Guiné Equatorial."
Alfredo González Ruibal (a la derecha), director de las excavaciones arqueológicas de Corisco, junto a la presidenta del cabildo insular y delegado provincial. Mayo de 2012.- Foto: Luis Negro Marco |
Com o lançamento destas pesquisas arqueológicas, o director das
escavações, o espanhol Alfredo Gonzalez Ruibal (professor e pesquisador do
"Conselho Superior de Pesquisas Científicas" (CSIC) afirmou que
"pode ter a sequência histórica completa de evolução guineo-equatoriana
das populações no estuário do rio Muni e Corisco desde a Idade do Ferro (700 AC ) até ao
presente."
Três momentos de desastre ecológico
Como antecipação do que serão as futuras publicações, Alfredo
González referiu que os pesquisadores foram capazes de testemunhar três
momentos de antropogénica catastrófica (causada pelo homem) e ecológica em Corisco. Um dos
episódios consistiu em que a ilha sofreu uma desflorestação total, ficando
apenas com os recursos para manter a subsistência dos seus habitantes. A
primeira ocorreu no ano de 500 DC; A segunda, por volta de 1200 DC, e a
terceira, coincidindo com os primeiros momentos da colonização europeia da
ilha. Uma colonização que começou em 1642, quando a Holanda se apoderou da
região geográfica que integra actualmente o território da Guiné Equatorial,
estabelecendo na ilha de Corisco a base das operações de escravos. Seis anos
depois, em 1648, a
coroa portuguesa recuperou estas colónias e criou "A Companhia de
Corisco". Já em 1778, com a assinatura do "Tratado de El Pardo,"
entre Espanha e Portugal, o país luso cedeu à coroa espanhola as ilhas de
Fernando Pó e Ano-Bom, na Baía de Biafra, com o direito de livre comércio desde
o cabo Formoso, na foz do rio Níger até ao Cabo Lopez, a sul do Gabão. Só depois
de 1858, quando os chefes Bengas de Corisco e das Elobeyes fizeram a
transferência das ilhas para o governo de Madrid, se pode falar de colonização
espanhola eficaz destes territórios.
Do luxo à decadência
Assim, desde o início do século XIX, e até relativamente tarde,
pôde-se desenrolar em Corisco uma notável classe nativa, comparável à rica
burguesia espanhola dessa mesma época. Correspondendo aqueles tempos, os
arqueólogos encontraram ricas porcelanas e luxuosas cerâmicas feitas nas
melhores fábricas da Europa. Louça idêntica ao que então possuíam os colonos
ingleses mais ricos das Caraíbas e dos países do sul da América.
No entanto, tudo mudou quando os espanhóis começaram formalmente
a sua colonização da ilha, totalmente consolidada no ano de 1880. A burguesia Benga
começou então o seu declínio, ao ver reduzido o seu poder hierárquico e
económico em detrimento dos colonos espanhóis. As louças que a partir de então
chegam da Europa a Corisco, não são tão luxuosas, nem de tanta qualidade. E em
1900, com a chegada do novo século, a situação ainda piora. Os comerciantes
europeus colocam uma linha de produção de cerâmica de baixa qualidade (o que
reduziu significativamente os custos de produção) concebido exclusivamente para
o comércio colonial. Trata-se da louça que os arqueólogos encontraram tanto em
África (Guiné, Namíbia, Gana...), como na Índia, Indonésia ou Malásia.
Mente sã em corpo são
Um último dado interessante sobre os efeitos da colonização na
ilha de Corisco, à luz da vertente da ciência arqueológica: durante as suas
pesquisas na ilha de Mandji, os arqueólogos identificaram mais de trinta
assentamentos humanos pertencentes aos tempos contemporâneos (desde o final do
século XVIII até meados do século XX). Em todas encontraram-se recipientes de
bebidas alcoólicas: desde as produções locais para Malamba, até ao gin
estrangeiro (uma tradição holandesa) e vinho espanhol. Quanto aos hispânicos,
outra curiosidade: quanto maior é o declínio da população nativa, mais alta é a
graduação (são abundantes evidências de importação de xerez) dos vinhos
oriundos da Península Ibérica.
A Arqueologia, portanto, veio demonstrar a verdade do
velho ditado africano, segundo a qual "a melhor ferramenta de trabalho de
uma pessoa é o seu próprio corpo." Por isso, quando alguém se mutila por
meio de drogas ou álcool, também prejudica a sua dignidade e perde o respeito
pelas suas tradições, família e pelo seu povo. Bem o sabiam na antiga Roma o
seguinte ditado: "Mens sana in corpore sano", ou o que seria o mesmo:
". Respeita o teu corpo e a tua alma, e serás uma pessoa trabalhadora,
honesta e solidária" A arqueologia é também uma fonte de sabedoria, e a
Guiné Equatorial, a possui em abundância.
Luís Marco – Guiné Equatorial in “La Gaceta de Guinea Ecuatorial”
Luís Marco – Guiné Equatorial in “
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